O deputado federal Cacá Leão (PP) negou ontem que o prefeito ACM Neto (DEM) tenha tentado trazer o PP para a base aliada. A declaração foi dada em entrevista à Rádio Metrópole. O filho do vice-governador João Leão (PP) disse que “por uma questão de ética”, isso não poderia ser feito. Leão afirmou ainda que aposta na candidatura do democrata, ainda que Neto não tenha dito com todas as letras se sairá ou não na disputa. “Eu acho que ele é candidato sim e que ele vai defender a sua tese, o seu projeto, e que o povo da Bahia vai ter a oportunidade de escolher”, explicou.
Cacá Leão evitou revelar o nome que irá apoiar na disputa ao Governo. Entretanto, admitiu que a possibilidade de continuar com o governo é 9, numa escala de 0 a 10.O progressista não negou, no entanto, aproximação com a base do prefeito ACM Neto (DEM), mas fez questão de ressaltar que mantém a vida pessoal e a política separadas: “Cada um tem o seu caminho, tem a sua trajetória e assim que eu toco minha vida”. “Fui colega do Bruno [Reis], tenho uma relação pessoal com o presidente da Câmara [Léo Prates], um amigo querido, sou amigo de diversos secretários… E sou da geração do prefeito ACM Neto (DEM), temos a mesma idade, então é natural que a gente se relacione”, resumiu.
Segundo ele, a especulação faz parte do período pré-eleitoral. Ele ainda disse que Rui e Neto são bons gestores. Sobre um possível rompimento do seu pai, João Leão, com o PT, ele se pronuncio: “Eles têm uma excelente relação pessoal, só vivem se elogiando – então pra mim isso não passa de especulação”.
No último fim de semana, com exclusividade à Tribuna, João Leão confirmou que está recebendo diversos convites de ambos os lados e ironizou a situação. “Esses caras estão me convidando, mas eu não quero, não. É um negócio complexo. Primeiro: eu vou largar agora [o governo] para não ser candidato? É um negócio complicado”, diz à Tribuna. “Você já leu aquele livro ‘O Desejado’? É um livro que conta a história de um rei português [Dom Sebastão]. Então, estou me sentindo personagem de um livro: o desejado”.
O vice-governador também analisou as opções que tem. “Tenho meus companheiros do lado de cá, que me deram o prazer de poder escolher tanto o Senado, quanto a vice-governadoria. Do outro lado, eu estou sendo o desejado”. A Tribuna, então, questionou ao pepista sobre o que ele vai fazer. Em tom de brincadeira, ele responde: “Se eu disser o que vou fazer, deixo de ser desejado”.