Apalma se apresenta como principal espécie forrageira dos ambientes mais secos do Brasil e do Mundo. Para se ter uma ideia, o milho, que é a principal fonte de energia que se tem nas rações animais, precisa de 600 litros de água para fazer um quilo de matéria seca, a palma só precisa de 150.
O curso de Tecnologia do Cultivo Intensivo da Palma, técnica desenvolvida pelo engenheiro agrônomo Paulo Suassuna, acontece no dia 26 durante a 4ª Expoparaguaçu. As aulas são divididas em dois momentos, o primeiro acontece pela manhã em uma sala, onde o público pode conhecer cada passo da tecnologia do cultivo Intensivo. No segundo momento à tarde acontece uma oficina de aplicabilidade práticas dessa técnica.
Paulo Suassuna aborda a história da palma forrageira desde a sua entrada no Brasil até as múltiplas formas de utilização. O produtor rural pôde perceber que, no mesmo ambiente e com a mesma planta, ele pode atingir outros níveis de produção e a atender a outras demandas que ele não esperava. Outra novidade para o produtor é que ele pode cortar a palma todos os anos, e não apenas de cinco em cinco anos como se faz com modo tradicional de cultivo.
A produtividade no sistema intensivo é muito elevada e por isso é muito mais vantajosa, sobretudo para o pequeno módulo rural. Por isso o Sebrae firma parcerias com prefeituras, cooperativas e associações para difundir esse modelo tecnológico de produção entre os pequenos produtores do campo. Paulo Suassuna conta que o fato da sua descendência e ascendência ser toda do Cariri da Paraíba, foi determinante para que ao longo dos anos ele desenvolvesse um sistema de produção que confere à palma produtividades até doze vezes maior quando comparado ao sistema tradicional de cultivo. O número de animais por unidade de área também aumenta na mesma proporção.
“No sistema intensivo a produtividade de palma é muito maior, podemos falar em 400 toneladas em um hectare. É como se a gente tivesse 40 toneladas de matéria seca com 75% de energia, já o milho quando dá uma safra muito boa nos ambientes que são muito produtivos dá 10 toneladas”, explica Suassuna.
O cultivo intensivo da palma é uma técnica que ajuda até a preparar melhor o solo porque aumenta a captação de água. No modo tradicional só se faz o covamento para depois plantar, por isso o produtor perde muita água por escoamento superficial. O preparo é normalmente feito com as mãos, com animais ou com trator, depende do tipo de produtor que esteja participando do curso. Paulo Suassuna fala também sobre manejo de pragas, doenças e fertilização, fatores que, segundo ele, quando se juntam fazem grande diferença na produção.
A palma pode substituir integralmente o milho no preparo de ração animal, além disso, a palma resiste ao clima seco ou extremamente seco, já o milho é vulnerável às intempéries. A ideia do curso é fazer com que todo produtor que participou entenda que precisa mudar o processo para aumentar a produtividade e fazer com que seus negócios cresçam.




A Expoparaguaçu é realizada pela Prefeitura Municipal de Itaberaba por meio Secretaria de Agricultura, Meio Ambiente, Indústria e Comércio (Seagri) e pelo Governo do Estado da Bahia através da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura, Secretaria de Desenvolvimento Rural, Superintendência de Agricultura Familiar (Suaf), Federação das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes) Secretaria de Desenvolvimento Econômico e com apoio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Fundação Luís Eduardo Magalhães e do Projeto Bahia Produtiva.