As editoras que distribuem livros didáticos acusam o Governo Federal de calote no pagamento. A entrega do material do ano que vem está ameaçada por causa da falta de pagamento.
Em anos anteriores, já teve atraso no pagamento, mas as editoras dizem que a situação nunca foi tão difícil. O problema é que a dívida do governo chega a R$ 400 milhões. As editoras têm que comprar papel, pagar funcionários, fazer a manutenção de máquinas e dizem que não tem mais fôlego para ficar sem receber. Com todo o atraso, os alunos podem sair perdendo e ficar sem livros para estudar.
Escolha feita, compra finalizada, mas o pagamento está em atraso. É o que dizem as editoras de livros que fecharam negócio com o governo. São livros didáticos do fundamental e do ensino médio, para todas as escolas públicas do país. As empresas falam que já houve atraso, mas desse tamanho, não. A dívida atual é R$ 400 milhões.
“O cronograma é mensal. As editoras entregam os livros para o governo, ele paga a partir do trigésimo dia dessas entregas e hoje nós temos um atraso já superior a 60 dias nos pagamentos”, afirma o vice-presidente da Abrelivros Mário Ghio Jr.
O site do Governo Federal diz que o Programa Nacional do Livro Didático é o mais antigo. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação responsável pelo programa não fala a palavra atraso. Disse que já pagou esse ano mais de R$ 947 milhões. Sendo a maior parte para os livros que tão sendo usados. E R$ 210 milhões para os livros do ano que vem, menos de um terço do que custaram.
Uma pilha, em uma escola de Brasília, já é de livros novos: 100 milhões já foram distribuídos. As escolas públicas costumam receber o material nessa época mesmo. O governo disse que ainda vão chegar 20,5 milhões de livros. As editoras dizem, que pode atrasar.
“Nosso setor contrata gráficas para fazerem a impressão e essa cadeia de atrasos está se refletindo nas gráficas, nos fornecedores de papel, então sim esse atraso é bastante relevante. O nosso setor provavelmente não vai conseguir cumprir as remessas finais desse ano e, portanto, há um risco bastante grande de que alunos no ano que vem não tenham todos os seus livros para o início do ano letivo”, afirma Mário Ghio Jr.
O governo explicou que dos 20 milhões de livros que faltam serem entregues, só uma parte é para atender aos alunos do primeiro ao quinto ano. E o restante vai para uma reserva, que fica em estoque.
Dívida de R$ 400 milhões pode atrasar entrega de livros didáticos
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