O recebimento de diversas notícias de ilícitos praticados pela rede mundial de computadores e a necessidade de estabelecer um fluxo de informação entre os órgãos do sistema de Justiça motivaram o Ministério Público estadual a realizar, na tarde de ontem (24), o “Workshop Noções Gerais sobre Ilícitos Cibernéticos”. O encontro, realizado no Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), reuniu promotores de Justiça, delegados, advogados, agentes, escrivães, integrantes das policiais civil e Rodoviária Federal para debaterem sobre as medidas de segurança e as especificidades dos delitos informáticos. 
Promovido pelo Centro de Apoio Criminal do Ministério Público estadual (Caocrim) e pelo Núcleo de Combate aos Crimes Cibernéticos (Nucciber), em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate à Discriminação (Gedis), que integra o Centro de Apoio aos Direitos Humanos (CAODH) do MP, o Workshop contou com a explanação do promotor de Justiça Fabrício Patury. Ele apresentou um panorama geral dos crimes cibernéticos e a necessidade dos profissionais de vários ramos do Direito entenderem a realidade digital em que a sociedade está inserida. “Precisamos, cada vez mais, ficar atentos para a realidade cibernética. É algo que acontece diariamente e vem exponencialmente crescendo. Nós, do Ministério Público, sentimos que ainda não há a devida preparação, entendimento desta matéria”, pontuou.
Outros temas como dispositivos informáticos, a internet das coisas, legislações que tratam dos ilícitos na rede, como o Marco Civil da Internet, Lei Carolina Dieckmann também foram abordados. De acordo com a promotora de Justiça Lívia Santana Vaz, coordenadora do Gedis, as notícias de crimes de racismo e injúria racial são as que mais chegam no MP. “Os operadores de Direito que trabalham com público vulnerabilizado têm sido muito demandado na defesa do direito dessas pessoas e a apuração técnica deve ser de forma rápida para que se evite a perda de dados”, disse ela.
