
Representantes dos sindicatos dos rodoviários, empresários do setor de ônibus, Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) não resolveram, nesta sexta-feira, 19, o impasse entre patrões e empregados. A reunião ocorreu na sede da Superintendência Regional do Trabalho, na avenida Tancredo Neves.
Com greve prevista para a próxima terça, 23, os rodoviários encaminharam proposta de 9% de aumento no dia 30 de março, mas, até momento, a reivindicação não foi atendida.
Segundo o secretário de Mobilidade de Salvador, Fábio Mota, após 60 dias de negociação, os empresários não tinham proposta definida para apresentar, porém, nesta sexta, decidiram oferecer 3% de aumento a partir de novembro. “Nós conseguimos avançar bastante”, disse o secretário.
Na rodada de negociação que durou uma hora e meia, a proposta foi apresentada, entretanto a categoria não acatou.
Antes de assinar a ata sobre o encontro, o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira, informou que o MPT e o MTE intermediaram o diálogo com a proposta de 5,5 % de reajuste, mais a redução da contrapartida do tíquete-refeição, de 10% para 8%. Os empresários ficaram de avaliar a sugestão.
Ferreira destacou que, além do aumento de salário, a categoria faz outras reivindicações, como o pagamento integral do plano de saúde pelas empresas e manutenção de todos os cobradores, evitando a dupla função de motoristas.
Última chance
Na próxima segunda, 22, às 10h, os rodoviários farão a última rodada de negociação, com representantes dos empresários, o MTP e o MTE no mesmo local.
No mesmo dia, a categoria realizará uma assembleia no Sindicato dos Bancários, às 15h, para decidir se aceitam a proposta ou confirmam a greve na terça.
Para o assessor de relações sindicais da empresa Integra, Jorge Castro, o papel dos mediadores foi de extrema importância: “Tanto sindicato quanto setor patronal devem fazer um esforço para solucionar a situação”. Castro destacou que o conflito é ruim, pois a cidade também será penalizada. “Vamos pensar nosso posicionamento e rever a proposta”, garantiu.
O auditor fiscal do trabalho Flávio Nunes ficou esperançoso. “Minha avaliação é positiva. O setor patronal apresentou 3% de aumento, os rodoviários 9%, e nós, 5,5%”. Questionado sobre a ameaça de greve caso a proposta não seja aceita, Nunes respondeu que a expectativa é que, na segunda-feira, o acordo seja fechado entre as partes.
O secretário de Mobilidade, Fábio Mota, contou que vai se reunir com os empresários no final de semana para conseguir outro índice. “Vamos trabalhar em cima da proposta do MPT E MTE para fazer uma contraproposta”.