A Prefeitura de Itaberaba, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Meio Ambiente, Indústria e Comércio (Seagri) em parceria com o Banco do Nordeste realizou na última quarta-feira uma reunião com a presença de produtores e trabalhadores rurais, e com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável, para discutir sobre a cadeia produtiva do leite na região, sobre o acesso ao crédito para pequenos e médio produtores de leite e sobre o Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter).
O encontro aconteceu no Centro Integrado Administrativo e teve como objetivo analisar o contexto da cadeia produtiva do leite na região de Itaberaba e discutir estratégias para o desenvolvimento deste e de outros setores de produção rural. Os trabalhadores e produtores que estiveram presentes na reunião puderam tirar dúvidas sobre a captação de recursos junto ao Banco do Nordeste e entender quais os critérios financeiros e ambientais para conseguir crédito.
A parceria entre a Seagri e a agência do Banco do Nordeste em Itaberaba busca através de políticas públicas voltadas para a agricultura familiar levar desenvolvimento sustentável para o campo e para a cidade e estimular a competitividade de empresas, cooperativas e associações de produtores rurais da região.
Cassia Dias Gomes, agente de desenvolvimento da agência do Banco do Nordeste em Itaberaba, explica que o objetivo do Prodeter é estudar a realidade do território, articular atores locais e facilitar o processo de elaboração de projetos para captar recursos. O foco do programa, segundo Cássia, é através de cada uma dessas etapas, fortalecer a cadeia produtiva de diversos setores da economia da região de Itaberaba. Só no ano de 2022 o Banco do Nordeste já liberou mais R$19,4 Milhões em crédito para produtores rurais em Itaberaba.
O técnico da Seagri, Bel Neves, falou da importância da parceria para o desenvolvimento de políticas públicas e para a geração de emprego e renda em Itaberaba. “Essa é uma parceria que a Prefeitura de Itaberaba e a Secretaria Municipal de Agricultura vem fortalecendo. Nosso objetivo é dar orientações técnicas aos pequenos e médios produtores rurais, munindo eles de informação e inovação, a fim de ajudá-los a aumentar a produtividade e, com isso, aquecer a economia do município e ampliar o mercado de trabalho”, disse Bel Neves.
Uma das questões que geram mais dúvida entre os produtores é sobre como renegociar dívidas para conseguir mais financiamento. A gerente do Banco do Nordeste em Itaberaba, Teresa Ângela, esclareceu que o banco está sempre pronto para renegociar e que os produtores só precisam ir ao banco e fazer novos acordos. “Temos o interesse de fazer acordos. Para o produtor pequeno o juro é de apenas 0,5% ao ano, é realmente vantajoso e isso é uma coisa que não pode ser adiada porque o produtor precisa do dinheiro para investir na sua produção na na hora certa. Os setores da agricultura tem seu tempo de produção e escoamento. Não adianta aplicar o recurso fora do tempo porque ele só vai se endividar, por isso, estamos sempre dispostos a conhecer a necessidade do produtor e fazer os acordos necessários para liberar mais créditos” explicou a gerente.
Uma das linhas de crédito mais procuradas pelos produtores rurais é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, o Pronaf. Programa que financia projetos individuais ou coletivos de geração de renda para os agricultores familiares e assentados da reforma agrária. O programa possui as mais baixas taxas de juros dos financiamentos rurais, além das menores taxas de inadimplência entre os sistemas de crédito do país.
O gerente rural do BN, Paulo Victor, explicou que o acesso ao Pronaf inicia-se na discussão da família sobre a necessidade do crédito, seja ele para o custeio da safra ou atividade agroindustrial, seja para o investimento em máquinas, equipamentos ou infraestrutura de produção e serviços agropecuários ou não agropecuários. Os recursos podem ser destinados para projetos de construção de curral, escavação, energia solar, ordenhadeira, trator, etc. “A capacidade do produtor de pagar é que define o valor, ele tem até 12 anos para pagar o empréstimo e a regularização habilita o produtor para um novo crédito”. O gerente citou ainda duas leis que tratam sobre negociação e regularização de dívidas: Lei 14.166 e Lei 13.340.
Já para ter acesso ao Agroamigo, que é outra linha de crédito do Banco do Nordeste para agricultores familiares que exploram área de até quatro módulos fiscais, o coordenador de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Seagri, Jakson Gomes, lembrou que o produtor precisa apresentar os documentos de propriedade da terra, documentos pessoais, RG e CPF e comprovante de residência, Certificado de Regularidade Ambiental (CAR/CEFIR) de ambiental, ficha cadastral junto à ADAB e a Declaração de Aptidão ao Pronaf, documento emitido pela Prefeitura ou pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Com esses documentos o produtor pode procurar um agente de desenvolvimento do projeto do Agroamigo no Banco do Nordeste
