Quando as pessoas se posicionam contra vacinas, são chamadas de loucas. As vacinas são importantes para evitar doenças em grande escala e no meio disso, há efeitos negativos, é claro. Porém, qual a distância entre casos isolados e um problema que realmente deveria suspender a vacinação? É exatamente esse o caso da vacina contra o HPV, indicada para crianças a partir dos 9 anos – na rede pública, o foco são as meninas.
Desde o começo da vacinação, sabe-se que há efeitos adversos que não foram divulgados aos pacientes e familiares nem pela campanha, nem pela mídia – sim, também sou culpada por isso. Assim como no Brasil, no Japão, França, Espanha, Índia, Colômbia e Estados Unidos a vacina causou problemas leves como desmaios, náuseas, fraqueza muscular, dormência, e mais graves como dor incapacitante, visão turva, histeria (um problema psicológico) e paralisia. Quem teve essas reações, não pode tomar a segunda dose, mas isso não vem sendo divulgado também.
Na cidade de El Carmen, na Colômbia, foram 200 meninas. Em Bertioga (SP), 11 adolescentes tiveram reações e duas delas ainda correm risco de paralisia. No Japão, foram mais de duas mil queixas sobre reações adversas, o que levou ao cancelamento da campanha de vacinação contra o HPV. No Ceará, uma menina de 12 anos ficou cega. Em Viana (ES), mais 11 meninas tiveram reações leves. E esses são apenas os casos registrados e que ganharam espaço na mídia. Os médicos não ligam diretamente os problemas com a vacinação, mas todos os casos aconteceram depois da aplicação da primeira dose. Algumas dessas meninas seguem internadas sem uma previsão de cura ou reestabelecimento da saúde. Tem algo errado aí, não tem?
No site do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) americano é possível encontrar informações e relatos sobre os efeitos adversos. Entre 2006 e 2013 foram distribuídas 57 milhões de doses e registrados 22 mil eventos adversos. Essas reações são as mesmas apontadas pelas meninas nas outras partes do mundo.
A vacina tem uma intenção positiva? Tem. Mas é importante que pais e pacientes tenham em mente os riscos que correm com sua aplicação. É obrigação dos profissionais de saúde clarearem essa questão, é obrigação do governo informar que existem riscos e que nenhuma vacina é 100% segura quando olhada em pequena escala. Os números em grandes populações são interessantes, mas cada vida perdida ou modificada tem um valor inestimável.
Se você tomou vacina ou conhece alguém que tomou, fique atenta às reações adversas e procure um médico o mais rápido possível. Se você teve uma reação desse tipo e está prestes a tomar a segunda dose, converse com um médico de confiança primeiro ou busque informações em estudos (no Centro Cochrane você encontra diversos estudos sobre milhares de temas, todos baseados em evidências científicas) e tome a decisão bem informada.
A decisão de se vacinar é sua e deve ser feita depois de conhecer os riscos que existem. Nossa obrigação, como cidadãos, é tomar o protagonismo da nossa saúde.