O topógrafo Claudio Benatti, identificado pela Polícia Federal como responsável pelas medições e plantas do Sítio Santa Bárbara – usado pela família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, afirmou ao Estado que no final de 2015 foi chamado, às pressas, para uma alteração da área, que fica na zona rural de Atibaia, interior de São Paulo.
A mudança teria ocorrido simultaneamente à força-tarefa da Operação Lava Jato determinar as primeiras investidas para apurar se obras realizadas na propriedade, entre 2010 e 2011, tiveram a participação de empreiteiras acusadas de cartel e corrupção na Petrobrás – entre elas a OAS e a Odebrecht.
Benatti afirmou em entrevista ao Estado que o advogado Roberto Teixeira, compadre do ex-presidente Lula, era quem indicava os serviços a serem feitos no sítio de Atibaia, apesar de o imóvel estar registrado em nome dos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar – filho do ex-prefeito de Campinas Jaco Bittar (PT).
Os dois são sócios de um dos filhos de Lula. “Eu fiz a topografia do sítio, fiz o levantamento (em 2010) e agora fiz uma planta de desmembramento de uma gleba de 30 mil, está fazendo mais ou menos um mês e meio, no mesmo sítio”, afirmou Benatti, na entrevista dada no dia 12 de janeiro. “É um desmembramento para esse Suassuna que parece que ele comprou 30 mil metros do vizinho.” Nem no Cartório de Registro de Imóveis de Atibaia, nem na prefeitura local, constam alterações recentes na área do sítio.